Construção. Situação atual não é “drástica”, mas pode piorar após as férias, diz Governo
Construção. Situação atual não é “drástica”, mas pode piorar após as férias, diz Governo
De acordo com os ministros, não há para já uma avalanche de pedidos de acesso ao mecanismo de desemprego parcial. No que toca aos setores da construção e das agências imobiliárias, o Comité de Conjuntura tem recebido cerca de um pedido por mês.
Quanto às falências na construção, que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, duplicaram entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período deste ano, os ministros citam a Câmara dos Ofícios segundo a qual o enorme aumento de falências se deve, entre outros fatores, à falência de alguns promotores imobiliários que detinham várias empresas.
O Governo reconhece, contudo, que a quebra na construção de casas poderá ter consequências em vários ramos do setor da habitação, a começar pelos promotores imobiliários e gabinetes de arquitetos.
Situação poderá piorar após as férias coletivas
“A situação poderá piorar após as férias coletivas de verão”, admite o Executivo. Isto porque, para muitas das empresas, os projetos atualmente em curso estarão terminados, havendo o risco de não surgirem novas encomendas. O risco é ainda maior para as pequenas empresas, cuja carteira de encomendas está menos preenchida. Cenário confirmado pelo inquérito de conjuntura da Câmara dos Ofícios, que mostra que 39% das empresas têm uma carteira de encomendas para uma duração igual ou inferior a três meses. A taxa sobe para 56% no caso das pequenas empresas.
Lex Delles e Franz Fayot garantem que a Direção Geral das Classes Médias está em contacto regular com o setor, “para evitar uma crise mais profunda do mercado e uma vaga de falências”. Os ministros lembram também que, em abril, o Conselho de Ministros decidiu criar uma ‘task force’ encarregada de acompanhar a situação e a implementação das medidas existentes, assim como de estudar a criação de novas medidas.
Artigo: Diana Alves| Foto: Shutterstock
