“Empresas da construção não estão a nadar em dinheiro”. Uma em cada quatro tem prejuízos
“Empresas da construção não estão a nadar em dinheiro”. Uma em cada quatro tem prejuízos
“A imagem de que as empresas da construção têm nadado em dinheiro nos últimos anos não corresponde à realidade”, de acordo com Tom Wirion, diretor-geral da Câmara dos Ofícios.
Numa entrevista à Rádio Latina, em que falou sobre a crise no setor, o responsável fez referência a um estudo do organismo, feito antes das férias da Páscoa, segundo o qual uma em cada quatro empresas tem prejuízos. A rentabilidade das empresas varia entre 5% e 9%.
Tom Wirion indica também que 61% das empresas da construção teve de recorrer às suas reservas financeiras em 2022 para poder pagar salários. Situação que deverá repetir-se este ano. Em causa, a quebra na atividade que se faz sentir e que está a causar dificuldades no seio de muitas empresas.
O diretor-geral da Câmara dos Ofícios frisa a importância de as empresas terem poupanças para poderem atravessar uma fase de crise, e teme que, se a situação atual não melhorar, algumas possam ser forçadas a despedir trabalhadores.
A Câmara dos Ofícios já apelou ao Governo para que crie um pacote de medidas temporárias para ajudar as empresas do setor da construção. A quebra na atividade, que o organismo vê como muito preocupante, deve-se a fatores como a subida das taxas de juro e o aumento dos preços.
Artigo: Diana Alves | Foto: Guy Wolff