Salários já não atraem mão de obra para o Luxemburgo
Salários já não atraem mão de obra para o Luxemburgo
Trabalhar menos sem perder rendimentos. A ideia da redução do tempo de trabalho semanal seduz muitos trabalhadores por representar mais tempo livre, para família e lazer. Mas será exequível para as empresas? Quais os riscos?
Perguntas às quais um estudo realizado pelo Instituto Luxemburguês de Investigação Socioeconómica (LISER), a pedido do Ministério do Trabalho, vai tentar responder. As conclusões do estudo sobre os desafios e riscos da aplicação da redução do tempo de trabalho no Grão-Ducado vai ser apresentado esta terça-feira, à tarde (14:30), na presença do ministro do Trabalho, Georges Engel (LASP).
Na antevisão dessa apresentação, o ministro declarou, em entrevista à RTL, que os salários nacionais atraem cada vez menos mão de obra para o Luxemburgo até porque os ordenados nos países vizinhos aproximam-se cada vez mais dos rendimentos luxemburgueses. Daí o ministro socialista considerar necessário propor outras vantagens. E, a redução do tempo de trabalho poderia ser uma delas.
Trabalhar menos, e não mais em menos tempo
Levantando a ponta do véu sobre as conclusões do estudo, Georges Engel diz que a redução do tempo laboral tem de ser uma redução efetiva de trabalho e não obrigar o trabalhador a fazer em sete horas o que normalmente faz em oito (horas). Também é de excluir que o empregador obrigue o empregado a fazer horas suplementares.
Segundo o governante, 98% das empresas nacionais têm menos de 50 trabalhadores, sendo que a média é de 12 assalariados por empresa. E são justamente essas empresas, que segundo o ministro, poderão encontrar mais dificuldades em aplicar a redução do tempo de trabalho. Uma ideia, diz Engel, seria ajudar financeiramente essas empresas a implementar o conceito, pelo menos durante um período transitório.
A redução do tempo de trabalho no Luxemburgo vai ser sem dúvida um dos temas debatidos durante a campanha eleitoral com vista às eleições legislativas de 8 outubro. O primeiro-ministro, Xavier Bettel (DP), já se declarou contra a ideia.
Artigo: Susy Martins