Luxemburgo entre os países da UE com mais férias e feriados
Luxemburgo entre os países da UE com mais férias e feriados
O Luxemburgo figura entre os países da União Europeia (UE) com mais dias não trabalhados, isto é, férias e feriados, de acordo com dados compilados pela União das Empresas Luxemburguesas (UEL).
Somando o número de férias e feriados, o Grão-Ducado aparece no quinto lugar da tabela, com um total de 37 dias não trabalhados: 26 de férias e 11 feriados.
Espanha lidera a classificação, com 44 dias (30 de férias e 14 feriados), seguida da Estónia (39 dias: 28 dias de férias e 11 feriados), Áustria (38 dias: 25 dias de férias e 13 feriados) e Finlândia (38 dias: 24 dias de férias e 14 feriados).
No outro extremo da lista está Malta com 23 dias não trabalhados (nove de férias e 14 feriados). Já em Portugal são 35 os dias não trabalhados: 22 de férias e 13 feriados.
Vinte e cinco licenças especiais. "Consequências pesadas para empresas e economia"
Estes dados surgem num comunicado da UEL a propósito da falta de mão de obra no Luxemburgo. A união das empresas volta a alertar para o facto de, além de férias e feriados, há ainda no país uma série de 25 licenças e folgas especiais. A UEL frisa que, além disso, licenças como a de paternidade aumentaram de dois para dez dias, ao passo que a parental por exemplo, foi reformada atraindo agora muitas mais pessoas: o número de beneficiários cresceu 41% entre 2017 e 2021.
O organismo fala num acumular de dias não trabalhados que pode ter “consequências pesadas para as empresas e economia”.
Perante a situação, a união das empresas lembra a importância de adaptar o quadro legal de forma a tornar a organização do trabalho mais flexível e permitir às empresas gerir estas ausências.
Pessoas reformam-se cedo demais?
A generosidade do sistema de reforma tem também um papel essencial no que toca a disponibilidade de mão de obra no Luxemburgo, vinca a UEL.
Muitos trabalhadores reformam-se aos 61 anos e a taxa de emprego das pessoas dos 55 aos 64 anos é de 44%, um das mais baixas na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). E isto é algo que a UEL lamenta por considerar que é insustentável ao nível do envelhecimento natural da população e financiamento das reformas a longo prazo, mas também porque isso implica uma “perda de transmissão de saber entre gerações”.
O organismo faz ainda referência ao absentismo por questões de saúde, que, em 2022, ultrapassou as taxas registadas em 2020 e 202.
Com todas estas razões em pano de fundo, a UEL apela aos responsáveis pelo desenvolvimento socioeconómico que tornem o país o mais atrativo possível no mercado de trabalho internacional. Isto porque, dias de férias, feriados, baixas médicas e reformas originam uma redução do tempo de trabalho efetivo, alerta a entidade patronal.
Artigo: Diana Alves | Foto do sul de Itália: Unsplash