Partidos apostam nos portugueses para ganhar eleições
Partidos apostam nos portugueses para ganhar eleições
Há exatamente 3.847 candidatos, entre listas partidárias e independentes, para 1.221 lugares disponíveis nas 102 comunas do país.
A maioria dos candidatos tem nacionalidade luxemburguesa, incluindo os que têm a dupla nacionalidade e cerca de 10% são estrangeiros. Desses estrangeiros, a Rádio Latina quis saber quantos têm nacionalidade portuguesa. Dos oito partidos com listas em diferentes autarquias, cinco responderam ao nosso questionário: o Partido Socialista dos Trabalhadores do Luxemburgo (LSAP), Os Verdes (déi gréng), o Partido Cristão Social (CSV), o Partido Pirata e o Partido Reformista da Alternativa Democrática (ADR).
O LSAP é o que apresenta mais candidatos portugueses, seguido do CSV. O ADR é o que tem menos, seguido d’Os Verdes.
LSAP é o partido com mais portugueses nas listas
Vinte e três. Este é o número de candidatos portugueses que se apresentam nas listas do LSAP para as próximas eleições comunais. O LSAP é assim o partido que mais representantes portugueses tem nas autarquias. Para além deste número ainda há três candidatos que têm a dupla nacionalidade: luxemburguesa e portuguesa. Cinco dos candidatos têm a nacionalidade brasileira.
É na autarquia de Habscht que se registam mais candidatos socialistas portugueses, com quatro candidaturas. Segue-se depois Differdange, com três.
CSV tem 36 candidatos lusófonos
Dos 636 candidatos que o Partido Cristão Social apresenta nestas eleições comunais, 17 têm nacionalidade portuguesa e dez têm duplo passaporte (luxemburguês e português).
Na resposta ao questionário da Rádio Latina, fica-se ainda a saber que o CSV conta 36 candidatos lusófonos, sendo que dois são cabo-verdianos.
Déi Gréng com ligeiro aumento de candidatos portugueses
O partido dos Os Verdes contabiliza 36 listas nas comunas que têm o sistema de voto proporcional. Dos 491 candidatos, dez têm exclusivamente a nacionalidade portuguesa. Nas eleições comunais anteriores, em 2017, o partido apresentou nove candidatos portugueses.
Aos dez candidatos ecologistas portugueses juntam-se ainda outros 14 com dupla nacionalidade (portuguesa e luxemburguesa). O partido ecologista tem ainda um candidato com nacionalidade cabo-verdiana.
É na comuna de Clervaux que o déi gréng tem mais candidatos portugueses (3), seguindo-se a cidade do Luxemburgo (2).
Dez por cento dos piratas são lusófonos
Dos 202 candidatos que o Partido Pirata apresenta nas eleições comunais, cerca de 10% são lusófonos. O partido indica à Rádio Latina que 11 candidatos têm a nacionalidade portuguesa, seis a dupla nacionalidade e há outros três que têm nacionalidade luxemburguesa mas são de origem lusófona.
É em Grevenmacher e Bascharage que os piratas contam mais candidatos portugueses, quatro em cada comuna. Em Sanem também quatro candidatos, mas com dupla nacionalidade (luxemburguesa e portuguesa).
Quase 16% dos candidatos do ADR são estrangeiros
O partido nacionalista ADR tem ao todo 167 candidatos nas listas eleitorais, sendo que 15,6% são estrangeiros. Desses, oito são portugueses. Em 2017 apresentou-se às eleições comunais com sete candidatos portugueses. O partido diz que tem mais três lusodescendentes nas suas listas mas que são luxemburgueses.
É em Kayl que o ADR conta mais candidatos portugueses. São três naquela comuna. Na de Sanem são dois.
Os partidos DP, Déi Lénk, KPL e Fokus não responderam atempadamente ao questionário da Rádio Latina.
Nas 102 comunas do Luxemburgo serão eleitos, a 11 de junho, e por seis anos, os novos conselhos comunais, burgomestres e vereadores.
Há no entanto seis comunas que não vão a votos: Winseler, Nommern, Stadtbredimus, Vichten, Bourscheid e Weiler-la-Tour. A razão é que o número de candidatos é o mesmo ou inferior aos lugares disponíveis.
Note-se que o método de eleição varia consoante o número de habitantes por comuna. Nas que têm menos de 3.000, o sistema é "maioritário", ou seja cada eleitor dispõe de um número de votos equivalente ao número de vereadores a eleger. Já nas autarquias com mais de 3.000 habitantes, o sistema é "proporcional", permitindo a cada eleitor votar em candidatos individuais ou escolher uma lista de um partido.
Artigo: Susy Martins | Foto: Anouk Antony
