Santuários de Wiltz e de Fátima celebram 50 anos de geminação
Santuários de Wiltz e de Fátima celebram 50 anos de geminação
A Rádio Latina falou com Martin Molitor, antigo padre de Wiltz. Na altura da geminação, o sacerdote tinha 25 anos e estava no início da sua carreira, no sul do Luxemburgo. Não chegou a acompanhar de perto este acordo, mas lembra quem esteve por detrás da iniciativa, incluindo a associação Amizade Portugal Luxemburgo, o cônsul de Portugal, o bispo de Leiria e o arcebispo do Luxemburgo.
Os nomes de Jean Hengen, antigo arcebispo do Luxemburgo, e de todos os intervenientes estão gravados numa placa afixada no sopé do altar do santuário de Wiltz. Tirando esta memória gravada em pedra, o padre Martin Molitor diz que pouco se sabe e se fala deste acordo de geminação com Fátima.
Sobre o regresso à procissão, depois de três anos de interrupção por causa da pandemia, o padre reformado e agora membro da paróquia de Ettelbruck-Diekirch, mantém o natural distanciamento, mas espera que os fiéis regressem àquela que é para ele a maior procissão do Luxemburgo.
A primeira viagem da imagem de N.S. Fátima ao Luxemburgo
No santuário na colina “Op Bäessent”, além da placa da geminação, há uma placa em honra das 108 vítimas da Segunda Guerra Mundial e outra placa, que lembra a primeira passagem da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelo Luxemburgo. Isso aconteceu em setembro de 1947.
Uma publicação do jornal "Voz de Fátima", dos anos 90, relembrava a passagem da Imagem Peregrina pelo Belenux, entre 13 de agosto e 13 de setembro de 1947.
A principal missão era levar a imagem para presidir o Congresso Internacional (Mariano) de Maastricht, no sul dos Países Baixos. Pelo caminho, a imagem passou ainda, pelo santuário de Fátima de Pironchamps, na Bélgica, e, no dia 11 de setembro de 1947, pelo Luxemburgo.
Dois anos antes, no dia 13 de janeiro de 1945, um grupo de luxemburgueses em torno do padre de Wiltz, Prosper Colling, fez uma promessa. Se Nossa Senhora de Fátima protegesse a cidade dos bombardeamentos nazis, iriam construir uma via-sacra com um memorial.
Isso viria a acontecer a 13 de julho de 1952 e em 1968, as “Oeuvres paroissiales Niederwiltz” e a Associação Amizade Portugal-Luxemburgo organizam a primeira peregrinação oficial ao santuário.
De lá para cá o santuário tem sido local de romaria, sobretudo de portugueses, mas também de luxemburgueses, cabo-verdianos, guineenses e outras comunidades.
Artigo: Henrique de Burgo | Fotos: Arquivo Luxemburger Wort