Sam Tanson propõe aumento faseado de 10% do salário mínimo
Sam Tanson propõe aumento faseado de 10% do salário mínimo
A cabeça de lista nacional d’Os Verdes (Déi Gréng) declara-se a favor do aumento do salário social mínimo. Em entrevista à Rádio Latina, Sam Tanson, igualmente ministra da Justiça e da Cultura, propõe um aumento progressivo de 10% para limitar o impacto na tesouraria das Pequenas e Médias Empresas (PME).
Para aumentar o poder de compra dos residentes, os ecologistas defendem também uma reforma fiscal que acabe com as diferenciações de estado civil. Isto significa que casados, divorciados, viúvos e solteiros seriam taxados da mesma forma, tendo contudo em conta o número de crianças a cargo. Para além disso, querem aliviar a carga fiscal das pessoas que ganhem menos de três vezes o salário mínimo, o equivalente a cerca de sete mil euros.
Já uma redução generalizada do tempo de trabalho não faz parte dos planos dos ecologistas. Sam Tanson declara-se a favor dessa redução mas sem a impor às empresas. A decisão é dos empregadores, como já acontece atualmente.
Apesar de não apoiar a redução generalizada do tempo de trabalho sem perda de salário, Os Verdes defendem que o Estado deve ajudar os pais a passar mais tempo com os filhos. Para isso propõem uma compensação financeira, sem a quantificar, que o Estado pagaria aos pais que reduzam o tempo de trabalho em 20% ou 30% para se ocuparem dos filhos.
A crise na habitação é tema a cada eleição eleitoral há cerca de 30 anos e as legislativas do próximo domingo não são exceção à regra. Sam Tanson não poupa elogios ao homólogo ecologista da Habitação, Henri Kox. Diz que o ministro "multiplicou quase por dez o investimento na habitação a preço acessível" e diz que é isso que deve continuar a ser feito. Tanson lembra que o Estado começou agora a comprar habitações inacabadas que o setor privado não consegue vender para as transformar em habitação social.
Estas medidas estão incluídas nas cerca de 140 páginas de programa eleitoral do Déi Gréng que, segundo diz a sua candidata a primeira-ministra, visam um “Luxemburgo mais justo”.
Pela primeira vez nos 40 anos de história d’Os Verdes, o partido nomeou uma mulher para candidata a primeira-ministra.
Sam Tanson é advogada de formação, tem 45 anos, é casada e mãe de dois filhos. Estreou-se em funções governamentais em 2018 enquanto ministra da Cultura e da Habitação. Em 2019, com a remodelação governamental provocada pela saída unilateral do ministro lusodescendente da Justiça, Félix Braz, que sofrera uma ataque cardíaco, trocou a pasta da Habitação pela da Justiça.
Artigo: Manuela Pereira | Foto: Marc Wilwert