“Trabalhamos 40 horas. Só estamos juntos à noite e ao fim de semana”
Radio Latina 2 min. 20.03.2023 Do nosso arquivo online
Mais tempo com os filhos

“Trabalhamos 40 horas. Só estamos juntos à noite e ao fim de semana”

Mais tempo com os filhos

“Trabalhamos 40 horas. Só estamos juntos à noite e ao fim de semana”

Radio Latina 2 min. 20.03.2023 Do nosso arquivo online
Mais tempo com os filhos

“Trabalhamos 40 horas. Só estamos juntos à noite e ao fim de semana”

Manuela Barilozzi gostaria de ter mais tempo com os filhos, mas o custo de vida no Luxemburgo não lho permite. Reivindica um subsídio público que dê aos pais a possibilidade de trabalharem menos. E vai ao Parlamento dizer isso mesmo.

A situação de Manuela Barilozzi é a de tantas outras famílias. Tem dois filhos pequenos. Tal como o marido, trabalha 40 horas por semana, sai às 18h e o tempo em família acaba por ser pouco. Muito pouco.

Esta foi uma das razões que a levaram a lançar uma petição pública, assinada já por mais de 4.600 pessoas, em que reclama uma ajuda financeira que permita aos pais reduzirem a carga horária para poderem passar mais tempo com os filhos. Ouvida pela Rádio Latina, esta mãe de 36 anos frisou que, com este estilo de vida, os filhos estão “desde manhã até à noite” fora de casa.

“É o mesmo filme todos os dias”, conta Manuela. “À noite, ir buscá-los à escola, ir para casa, preparar o jantar, limpar, deitá-los cedo. No dia seguinte, acordá-los cedo”. A autora da petição lamenta não haver uma verdadeira vida em família, e diz que muitos pais não conseguem ir buscar os filhos à escola nem tampouco ajudá-los com os trabalhos de casa.

A petição de Manuela não especifica o tipo de subsídio ou a quantia que poderia ser atribuída aos pais. Aquilo que pretende é lançar o debate sobre o assunto e alertar para a situação de tantas famílias que, perante as elevadas rendas e o custo de vida no Luxemburgo, não têm meios financeiros para reduzir a carga horária. Além disso, considera que um regime em que os pais trabalham menos serviria também para aliviar as ‘maisons relais’, que diz estarem “cheias”.

Manuela Barilozzi é clara: quer continuar a trabalhar, mas gostaria de poder estar “mais à vontade”. “Para as famílias a ganhar o salário mínimo é impossível reduzir o horário”, diz.

A petição de Manuela Barilozzi, disponível no site petitions.lu, contabiliza já mais de 4.600 assinatura, tendo assim ultrapassado o mínimo exigido (4.500) para que o tema seja debatido no Parlamento. Mas, antes desse debate, a reivindicação de um auxílio financeiro que permita aos pais se ocuparem mais dos filhos será alvo de uma discussão na Câmara dos Deputados no dia 23 de março, no seguimento de uma outra petição, lançada por Luc Martiny, e que foi assinada por mais de 5.000 pessoas.

Artigo: Diana Alves | Foto: picture alliance / dpa


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