“25 de Abril. É preciso defender a democracia”
Radio Latina 2 min. 25.04.2023 Do nosso arquivo online
49.º aniversário do 25 de Abril

“25 de Abril. É preciso defender a democracia”

49.º aniversário do 25 de Abril

“25 de Abril. É preciso defender a democracia”

Radio Latina 2 min. 25.04.2023 Do nosso arquivo online
49.º aniversário do 25 de Abril

“25 de Abril. É preciso defender a democracia”

No Luxemburgo, não há sessão solene no Parlamento, nem desfile popular pela Avenida da Liberdade, mas os 49 anos da “Revolução dos Cravos” estão na memória dos ‘portugueses de cá’.

Isabel Wiseler-Lima tinha 13 anos no dia 24 de abril de 1974. Passados 49 anos do histórico dia que libertou Portugal da ditadura, a eurodeputada eleita pelo Partido Cristão Social (CSV) revelou à Rádio Latina que, apesar de muito nova na altura, viveu o momento com intensidade.

A eurodeputada luxemburguesa de origem portuguesa lembrou ainda que o 25 de Abril abriu as portas da União Europeia a Portugal e insta os mais novos a defender a democracia.

Isabel Wiseler-Lima critica aqueles que põem em causa a liberdade que foi conquistada na “Revolução dos Cravos”.

A Rádio Latina ouviu também o deputado português Paulo Pisco, eleito pelo Partido Socialista para o círculo da Europa.

O parlamentar recorda a mudança na vida das pessoas a partir desse momento histórico e alerta ainda para o perigo dos extremismos, que podem pôr em causa a conquista da liberdade.

25 de Abril - O Dia da Liberdade

No dia 25 de abril de 1974 deu-se uma revolução em Portugal, chamada “Revolução dos Cravos”, que ditou o fim de 48 anos de ditadura.

Antes do 25 de Abril quase todas as famílias em Portugal choravam a perda de um filho, irmão, marido ou pai morto em combate na Guerra Colonial, que durante mais de uma década opôs o exército português aos guerrilheiros que lutavam pela independência de Angola, Moçambique e Guiné.

Salgueiro Maia, o jovem rosto da mudança (1944-1992).
Salgueiro Maia, o jovem rosto da mudança (1944-1992).
Foto: Wikipédia

Fartos da guerra, os militares decidiram derrubar o Governo pela força. O plano foi pensado e executado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), pretendia que Portugal fosse de novo um país democrático, com eleições e liberdades de toda ordem.

A ação começou pela invasão dos estúdios do Rádio Clube Português. Através da rádio, os militares explicaram as suas pretensões aos portugueses e punham no ar músicas que o Governo ditatorial bania, como “Grândola Vila Morena”, Zeca Afonso.

Era de madrugada e uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saía de Santarém em direção a Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios, cercando o quartel da GNR do Carmo, onde se tinha refugiado Marcelo Caetano, o sucessor de Salazar à frente da ditadura.

Ao longo do dia, a população de Lisboa ia-se juntando aos militares.

25 de Abril – Os cravos

Foto: Reuters

O golpe de Estado transformou-se numa revolução, com os civis a juntar-se ao movimento militar. Uma vendedora de flores que ali trabalhava começou a distribuir cravos. Os soldados enfiaram o cravo no cano da espingarda e a população punha a flor ao peito. Daí o 25 de Abril de 74 ser também chamado de “Revolução dos Cravos”.

Foram disparados alguns tiros para o ar mas ninguém foi ferido. Esta revolução fica para a História como sendo a única que decorreu de forma pacífica.

O último Presidente do Estado Novo (regime ditatorial), Marcelo Caetano, rendeu-se ao fim da tarde, entregando o poder ao general Spínola.

Um ano depois, a 25 de abril de 1975, os portugueses votaram pela primeira vez em liberdade desde há muitas décadas.

Artigo: Henrique de Burgo Fotos: Shutterstock / Facebook


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