Caritas alerta para situação de trabalhadores sem-abrigo
Radio Latina 2 min. 27.04.2023 Do nosso arquivo online
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Caritas alerta para situação de trabalhadores sem-abrigo

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Caritas alerta para situação de trabalhadores sem-abrigo

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Caritas alerta para situação de trabalhadores sem-abrigo

Há cada vez mais pessoas a frequentar os albergues de urgência para sem-abrigo, embora tenham um trabalho remunerado.

Cerca de 200 pessoas não têm teto na cidade do Luxemburgo. Alguns desses sem-abrigo trabalham. Trabalham mas o dinheiro não chega para aceder aos preços exorbitantes da habitação que o Grão-Ducado pratica.

Dormem no carro, na rua, em centros de abrigo depois de um dia de trabalho. Sem avançar dados concretos quanto ao número de trabalhadores sem-abrigo no país mais rico do mundo, a situação é denunciada pela Caritas. 

Embora o fenómeno do chamado trabalhador pobre não seja novo, a Caritas é categórica: há cada vez mais pessoas a frequentar os albergues de urgência para sem-abrigo, embora tenham um trabalho remunerado.


Das limpezas à restauração. Trabalhadores sem dinheiro para comer
A imagem da pobreza no Luxemburgo mudou. Alerta da diretora da Stëmm vun der Strooss.

Treze e meio por cento dos trabalhadores vivem no limiar da pobreza no Luxemburgo. Trata-se de uma das taxas mais elevadas da zona euro. À Rádio Latina, Carole Reckinger, porta-voz política da Caritas, garante que essa taxa associada ao preço elevado das casas fazem com que certas pessoas não tenham possibilidade de ter um teto, acabando por ter que viver na rua ou no carro.

A Caritas diz que são sobretudo as pessoas que trabalham em plataformas numéricas, que acabam por não terem um domicílio fixo, apesar do salário mensal. Essas plataformas gerem as entregas de comida ao domicílio.

Carole Reckinger dá ainda o exemplo de um casal de portugueses, que durante alguns meses tive de dormir no carro. Tanto o homem como a mulher tinham um contrato de trabalho. Era um contrato de trabalho temporário, o que dificultou à acesso à habitação já que os proprietários são reticentes quanto a este tipo de contrato.

A Rádio Latina perguntou a esta responsável da Caritas se tem conhecimento de crianças a viver esta situação com os pais. Carole Reckinger diz que a Caritas nunca constatou isso no terreno mas houve rumores nesse sentido.


Bonnevoie, Gare, Mühlenbach e Neudorf são bairros de trabalhadores pobres
Um em cada cinco trabalhadores residentes na capital vive abaixo do limiar de pobreza.

Em ano de eleições comunais e legislativas, a Caritas reivindica que o Governo elabore uma reforma fiscal baseada na redistribuição social para além de um aumento do salário mínimo social, considerando que não corresponde à realidade do custo de vida no Luxemburgo.

Quanto à situação da habitação, a Caritas insta as comunas para criar alojamento de urgência.

Artigo: Susy Martins | Foto Carole Reckinger: Luc Deflorenne


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