Das limpezas à restauração. Trabalhadores sem dinheiro para comer
Radio Latina 18.04.2023 Do nosso arquivo online
Pobreza

Das limpezas à restauração. Trabalhadores sem dinheiro para comer

Pobreza

Das limpezas à restauração. Trabalhadores sem dinheiro para comer

Radio Latina 18.04.2023 Do nosso arquivo online
Pobreza

Das limpezas à restauração. Trabalhadores sem dinheiro para comer

A imagem da pobreza no Luxemburgo mudou. Alerta da diretora da Stëmm vun der Strooss.

Há cada vez mais trabalhadores a recorrer às cantinas sociais da Stëmm vun der Strooss, associação que presta apoio sobretudo a pessoas sem-abrigo.

Ouvida pela Rádio Latina, Alexandra Oxacelay, diretora da associação, diz que “a imagem da pobreza mudou” no Luxemburgo. Já não são apenas pessoas sem domicílio que batem à porta da associação para comer. Nos últimos cinco anos têm aparecido também trabalhadores, pessoas com emprego. A responsável cita casos de trabalhadores do setor das limpezas, da restauração e trabalhadores temporários. Trabalhadores pobres, lamenta.

De acordo com dados avançados no início do mês ao jornal Contacto por Robert Urbé, coordenador da equipa do Luxemburgo da Rede Europeia de Políticas Sociais (ESPAN), a taxa de risco de pobreza dos trabalhadores com contrato sem termo é de 12% no Grão-Ducado. Uma taxa muito superior à média europeia de 5,3%.

Outro fenómeno novo é o facto de 50% das pessoas que frequentam a associação serem novos utentes. Pessoas que a Stëmm vun der Strooss nunca viu antes e que têm dificuldades. São dados que, para Alexandra Oxacelay, demonstram que a pobreza aumentou no país.

A Stëmm vun der Strooss tem cantinas sociais na cidade do Luxemburgo, Ettelbruck e Esch. Além disso tem várias instalações onde os sem-abrigo podem tomar banho e passar a noite.

Desde o fim da ação inverno, que terminou no dia 15, as pessoas estão “nervosas” porque não têm onde dormir.

"Chega de grandes estudos. É preciso passar das palavras à ação”

Apesar dos múltiplos esforços, Alexandra Oxacelay diz que tudo aquilo a Stëmm vun der Strooss e tantas outras organizações fazem não chega para dar a mão a todos aqueles que precisam. “Somos apenas um serviço de urgência. Não somos uma solução a longo prazo, alerta.

A responsável pede para que os políticos passem das palavras à ação. Diz que é necessário apostar na reinserção social e dar mais meios às associações que trabalham no terreno.

Artigo: Diana Alves | Foto: Arquivo LW