Variações climáticas extremas afetam agricultura luxemburguesa
Variações climáticas extremas afetam agricultura luxemburguesa
O calor e o início da seca entre maio e junho, e a precipitação excessiva entre julho e agosto provocaram algumas perdas, de acordo com o balanço das colheitas de verão feito pelo ministro da Agricultura, Claude Haagen.
Foi o que aconteceu com os cereais de inverno, com uma colheita mais baixa do que a média plurianual, sobretudo na região norte do país. Já no sul, as chuvas afetaram sobretudo a qualidade dos cereais.
Quanto aos rendimentos dos cereais de verão, prevê-se que sejam bastante baixos, devido às difíceis condições de sementeira em março e abril, e à seca em maio e junho.
A forragem que serve de alimentação dos animais foi boa na primeira colheita, mas reduziu bastante na segunda e foi praticamente nula na terceira colheita, devido à seca.
A cultura da batata foi também bastante afetada pelas temperaturas frias e pela seca na primavera. O número de tubérculos foi mais reduzido e prevê-se que o tamanho da batata seja médio.
Preço regressou aos níveis pré-guerra
Os preços da colheita de 2023 caíram acentuadamente para todas as culturas agrícolas, regressando aos níveis anteriores à guerra na Ucrânia em 2021. No entanto, apesar de as fortes flutuações dos preços terem acalmado, os preços da energia e dos fertilizantes aumentaram.
O cenário poderá até mesmo piorar caso a situação geopolítica volte a impactar os mercados mundiais.
Nesse sentido, o ministro Claude Haagen recomenda aos agricultores uma gestão prudente e vigilante face à atual situação de incerteza.
Ministério da Agricultura subsidia até 65% dos custos
Dado que a agricultura está muito exposta às alterações climáticas e a condições meteorológicas extremas, Claude Haagen garante que o seu ministério subsidia até 65% dos custos associados às perdas nas colheitas.
Só neste ano, a colheita foi objeto de um seguro no valor de cerca de 150 milhões de euros. Só no caso dos cereais, os prejuízos cobertos pelo seguro foram pagos a mais de 450 explorações. De fora fica ainda por apurar as compensações de seguro para as perdas que a seca provocou nas forragens.
O ministro garante que vai manter em contacto permanente com os agricultores e que no final de setembro será feita outra avaliação das colheitas.
Artigo: Henrique de Burgo | Foto: AFP
