Só dorme na rua quem quer? ONG reagem à afirmação do ministro da Família à Rádio Latina
Só dorme na rua quem quer? ONG reagem à afirmação do ministro da Família à Rádio Latina
Será que as pessoas que vemos a dormir nas ruas estão ali porque querem? A Rádio Latina questionou os dirigentes de organizações não governamentais (ONG) que trabalham com os sem-abrigo e requerentes de asilo.
A diretora da associação Stemm vun der Strooss (A Voz da Rua, em português), Alexandra Oxaceley, diz que de facto “durante o inverno há camas suficientes”, mas considera que as estruturas onde os sem-abrigo podem pernoitar não estão adaptadas às pessoas com transtornos mentais ou toxicodependentes.
Do lado da Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI), organismo que integra o Coletivo Refugiados, o diretor político, Sérgio Ferreira, considera que o ministro da Família não foi totalmente transparente. O dirigente associativo explica que há camas suficientes para os sem-abrigo durante o inverno, mas que a rua é a única casa possível para “muita gente” durante as outras estações do ano.
Também para Marc Cascant, coordenador da Amnistia Internacional Luxemburgo, o ministro Hahn terá de provar o que adianta, mas não acredita que a rua seja uma escolha de vida para alguém.
Confrontado pela Rádio Latina sobre a política de acolhimento de requerentes de asilo, alguns dos quais vistos a dormir na rua este inverno, Max Hahn garantiu que ninguém – requerentes de proteção internacional ou outra pessoa qualquer – precisa de dormir ao relento.
Artigo: Susy Martins | Foto: Anouk Antony