Quem são os deputados eleitos pela diáspora?

O Chega é o grande vencedor das eleições na diáspora, já que conseguiu obter dois dos quatro assentos parlamentares possíveis. A AD e o PS conquistaram um cada.

O partido de André Ventura estreia assim dois parlamentares pela diáspora na Assembleia da República e ambos são emigrantes.

José Dias Fernandes, 64 anos, vive em França há 50 anos, e foi eleito pelo Chega no círculo eleitoral da Europa. O empresário confiara no passado ter sido imigrante ilegal e deportado por duas vezes antes de obter residência legal em França. Uma situação caricata quando se sabe que o Chega defende que os imigrantes ilegais sejam impedidos de entrar em Portugal durante cinco anos.

Fora da Europa, o Chega elegeu Manuel Magno Alves. Antigo militante do PSD em São Paulo, emigrou para o Brasil há 69 anos. É advogado de formação e tem 75 anos. A eleição de Manuel Magno Alves fez com que o ainda presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, fique fora do Parlamento. Foi o último e quinquagésimo deputado eleito pelo Chega nestas legislativas.

Dos estreantes do Chega aos 'pesos pesados' do PS e da AD

O PS voltou a eleger Paulo Pisco no círculo da Europa. Este jornalista de profissão é deputado há 15 anos consecutivos. Conhece bem o Luxemburgo por visitá-lo com frequência, tendo sido distinguido pelo Governo do Grão-Ducado com a Ordem de Mérito. Chegou a viver na Bélgica, onde tirou pós-graduação em Estudos Europeus depois da licenciatura em filosofia. 

Fora da Europa, a AD elegeu José Cesário. Antigo deputado e secretário-geral adjunto do PSD (de 1988 a 1990). José Cesário, de 65 anos, foi também secretário de Estado das Comunidades Portuguesas nos governos de Durão Barroso e Passos Coelho.  

Chega vence também no Luxemburgo

O Chega foi o partido mais votado pelos portugueses do Luxemburgo nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março para a Assembleia da República. Segundo a contagem dos votos do Consulado-Geral de Portugal no Luxemburgo, divulgada pelo Ministério da Administração Interna, o partido de André Ventura venceu com 19,61% do total de votos.

Em segundo lugar ficou a AD – coligação que junta PSD, CDS e PPM – com 14,27%, e em terceira posição ficou o PS, com 12,97%.

O Chega passou da terceira para a primeira força política entre os portugueses do Luxemburgo, aumentando seis vezes o número de votos.

O líder do PSD foi indigitado pelo presidente da República na primeira hora desta quinta-feira, após serem conhecidos os resultados finais dos votos da emigração. Luís Montenegro foi recebido no Palácio de Belém, em Lisboa, já depois da meia-noite, poucas horas depois de ter estado na residência oficial do chefe de Estado para as audiências dos partidos, ainda durante a tarde de quarta-feira.

Artigo: Susy Martins | Fotomontagem: Rúben Vieira Gomes