Patrícia tem autismo e os seus filhos também. Agora ajuda mães portuguesas
Radio Latina 2 min. 12.02.2024

Patrícia tem autismo e os seus filhos também. Agora ajuda mães portuguesas

Patrícia tem autismo e os seus filhos também. Agora ajuda mães portuguesas

Foto: D.R.
Radio Latina 2 min. 12.02.2024

Patrícia tem autismo e os seus filhos também. Agora ajuda mães portuguesas

Ir ao supermercado de auscultadores, andar descalça em casa, optar por uma decoração sóbria do lar. Estes são alguns dos ‘truques’ que Patrícia adotou e que transmite às famílias que lhe pedem ajuda. Tem autismo e PHDA, e dois filhos com os mesmos diagnósticos. Mas não foi fácil lá chegar. “O diagnóstico pode demorar anos e as mães são taxadas de loucas”, conta.

Patrícia Sousa tem 28 anos e dois filhos. Os três têm autismo e Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). O pai das crianças também. Não é coincidência, é genética. Mas foram precisos vários anos e muitos especialistas para que fossem corretamente diagnosticados.

Escutada pela Rádio Latina, a portuguesa, que vive na Bélgica, perto da fronteira com o Grão-Ducado, contou que procurou ajuda pela primeira vez aos 17 anos. Recorda que cresceu a sentir-se “estranha”.

Os disgnósticos de autismo e PHDA “podem demorar anos” e é difícil lá chegar, salienta. Aconteceu consigo e aconteceu com os filhos. Patrícia diz que, muitas vezes, as mães são “taxadas de loucas” e as crianças descritas como “mimadas e mal educadas”. É todo um caminho até ao diagnóstico – e esse é ‘só’ o primeiro desafio.

Aconselhamento para mães portuguesas. “Recebemos mensagens todos os dias”

Desde que soube que tem autismo e PHDA, Patrícia fez várias formações sobre autismo e PHDA. Não é médica ou terapeuta, mas hoje pratica ‘coaching e PNL (programação neurolinguística)’, isto é, presta aconselhamento a famílias, sob a alçada de Catarina Louçada, coach e formadora. Apesar de viver do outro lado da fronteira, Patrícia fala com várias mães portuguesas residentes no Luxemburgo, sendo contactada todos os dias. São pessoas sem “rede de apoio”.

Os conselhos podem passar por coisas práticas como a decoração da casa.

São várias as dicas que Patrícia tem para partilhar com as famílias que a procuram. No seu caso pessoal, por exemplo, os ‘truques’ do dia a dia da sua família vão desde andar descalços, ir para a floresta em momentos de sobrecarga, evitar horas de maior afluência nos supermercados ou fazer compras de auscultadores.

Os sinais de autismo e PHDA são variados. Podem incluir um atraso motor, movimentos repetitivos, abanar as mãos (flapping), não usar a verdadeira função dos brinquedos, crises despoletadas por barulhos ou temperatura. Mas Patrícia é clara: não é médica nem terapeuta. É ‘coach’ pessoal. O diagnóstico, esse, cabe aos especialistas, até porque muitos dos sinais são comuns em qualquer criança e não significam que se trata de autismo. 

Artigo: Diana Alves | Foto: Arquivo LW