Comunicação entre pais e escola. Mediadores portugueses sem mãos a medir
Radio Latina 18.03.2024

Comunicação entre pais e escola. Mediadores portugueses sem mãos a medir

Comunicação entre pais e escola. Mediadores portugueses sem mãos a medir

Radio Latina 18.03.2024

Comunicação entre pais e escola. Mediadores portugueses sem mãos a medir

O serviço de mediação intercultural do Ministério da Educação dá apoio em cerca de 40 idiomas e variantes linguísticas. Os mediadores portugueses não têm mãos a medir.

O Luxemburgo tem um serviço que ajuda as famílias a comunicar com as escolas, centros de competências, assistentes sociais, psicólogos e outras estruturas ligadas ao ensino. São os chamados ‘mediadores interculturais’: profissionais com formação na área, fluentes na língua materna, e cuja missão é facilitar a comunicação, face às barreiras linguísticas. Destina-se a pais e alunos estrangeiros, como disse à Rádio Latina Maria Paula Rodrigues, uma das mediadoras portuguesas.

A mediação intercultural é gerida pelo Serviço de Integração e Acolhimento escolar (SIA) do Ministério da Educação. Tem com cerca de duas dezenas de mediadores fixos, e outros freelancers, competentes em cerca de 40 idiomas e variantes linguísticas. Uma das línguas mais concorridas é a portuguesa, que conta com dois funcionários fixos, que, segundo Maria Paula Rodrigues, não têm mãos a medir.

Ao todo, o serviço recebe em média uma centena de pedidos por dia. No final dos períodos escolares, altura das reuniões de avaliação com os encarregados de educação, chegam a ser mesmo centenas. A maior parte é feita pelos próprios professores, por vezes a pedido dos pais, outras vezes por iniciativa dos docentes.

Além das reuniões, os mediadores prestam apoio em diversas situações ligadas ao ensino, como por exemplo na avaliação da língua materna em contexto de terapia da fala. Maria Paula Rodrigues sublinha que este não é um trabalho de mera tradução. Além de facilitarem a comunicação, do ponto de vista linguístico, prestam explicações e apoio às famílias. Um trabalho que pode ser “muito valioso”, vinca.

Quando se trata de conversas mais sensíveis com psicólogos escolares ou assistentes sociais ou reuniões sobre eventuais dificuldades, “é preciso escolher as palavras”. Maria Paula Rodrigues frisa que o trabalho de mediador intercultural requer sensibilidade.

Para beneficiar ter acesso a um mediador intercultural, os encarregados de educação podem manifestar essa vontade aos professores ou fazer o pedido diretamente, através de um formulário disponível em portal.education.lu. O pedido tem de ser feito com sete dias de antecedência. 

Artigo: Diana Alves | Foto: Getty Images