Governo não pede desculpas aos contribuintes
Radio Latina 2 min. 19.01.2024 Do nosso arquivo online
Luxemburgo deitou 23,5 milhões de euros de vacinas 'anticovid' ao lixo

Governo não pede desculpas aos contribuintes

Luxemburgo deitou 23,5 milhões de euros de vacinas 'anticovid' ao lixo

Governo não pede desculpas aos contribuintes

Radio Latina 2 min. 19.01.2024 Do nosso arquivo online
Luxemburgo deitou 23,5 milhões de euros de vacinas 'anticovid' ao lixo

Governo não pede desculpas aos contribuintes

Desde o início da crise pandémica e até 8 de janeiro de 2024, foram destruídas um total de 1,1 milhões de doses de vacinas, na maioria dos casos por ter passado de prazo. Vacinas que o Luxemburgo se comprometeu a comprar às farmacêuticas, no âmbito da compra coletiva da União Europeia.

O custo total destas vacinas que foram parar ao lixo equivale a cerca de 23,5 milhões de euros, a que se acrescem 14 mil euros para a sua destruição.

Governo deve pedir desculpas aos contribuintes ?

Face ao desperdício de dinheiro dos contribuintes, a Rádio Latina confrontou a nova ministra da Saúde, Martine Deprez, questionando se não achava que o Governo devia pedir desculpas aos contribuintes. A nova governante escusou-se a responder, remetendo as nossas perguntas para o seu serviço de imprensa. Mas nem a ministra, nem o serviço de imprensa responderam abertamente a esta questão.

Fonte do serviço de imprensa defende que o anterior Governo tomou as suas decisões "em boa consciência, com base nos estudos científicos disponíveis na altura da crise".

Sem se referir ao pedido de desculpas, a mesma fonte explica que "a vacinação e as outras medidas tomadas na altura foram consideradas como a forma mais eficaz de proteger a população contra as formas graves da covid-19", acrescentando que desempenharam um papel "crucial" na gestão da crise pandémica.


Porque é que há um excedente de vacinas que acaba no lixo?
A Rádio Latina ouviu Valérie Binder, especialista na matéria no Ministério da Saúde.

Numa recente resposta parlamentar, a ministra da Saúde, Martine Deprez, garantiu que há ainda milhares de doses de vacinas que vão caducar entre os próximos meses e início de 2025. Mesmo assim, o Luxemburgo vai gastar mais cerca de nove milhões de euros em vacinas que tinham sido encomendadas às farmacêuticas e que chegarão entre 2024 a 2026.

Luxemburgo refém do contrato europeu?

A Rádio Latina quis saber também a opinião da nova ministra sobre o benefício que as farmacêuticas têm com o contrato de compra de vacinas coletiva dos Estados-membros da União Europeia. Questionamos se o Luxemburgo não teria sido feito “refém” deste contrato. Na sua resposta, o serviço de imprensa do Ministério da Saúde defende que esta questão pode ser considerada "uma forma de desinformação" e que os ministérios da Saúde e da Segurança Social tomam decisões baseadas em provas científicas, factos sólidos, e informações verificadas e fiáveis.

Questionada se ainda há países a quem o Luxemburgo envia vacinas contra a covid-19, a mesma fonte revela que o último país a pedir e a receber vacinas do Grão-Ducado foi o Brasil, em junho de 2023, com 103.680 doses.

Artigo: Henrique de Burgo | Foto: Shutterstock