Charles Goerens diz que a campanha foi “agressiva”
Charles Goerens diz que a campanha foi “agressiva”
E, Goerens sabe do que fala. É um peso pesado da política nacional e europeia. Dos 72 anos de vida, está há 45 [anos] ativo na política e vai na quinta campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. Considera que esta [campanha] foi mais “agressiva” do que as precedentes, com “mais presença nas plataformas digitais em detrimento de debates presenciais construtivos”.
Charles Goerens defende que este tipo de campanha beneficia a extrema-direita, que sobe nas intenções de voto. Em entrevista à Rádio Latina, o eurodeputado liberal defende que é preciso regressar aos debates tradicionais.
Charles Goerens propõe abolir o voto por unanimidade no Parlamento Europeu. Diz que, se o objetivo é o alargamento do ‘bloco comunitário’, então, é o melhor caminho. E argumenta: “se já é difícil chegar a um consenso a 27 países, se forem 35 ainda mais complicado será”.
Relativamente ao conflito israelo-palestiniano, Charles Goerens disse à Rádio Latina que o Luxemburgo está alinhado com a União Europeia que defende uma solução a dois Estados, reconhecendo a Palestina. Mas preconiza “calma”, dando prioridade à ajuda humanitária na Faixa de Gaza, com o objetivo de “usar esse tempo” para, como Goerens diz, “refletir sobre uma solução política”.
Charles Goerens foi agricultor e é filho de agricultor. Entrou na política por via do sindicalismo e estreou-se como deputado em 1979. A ‘aventura’ no Parlamento Europeu começou em 1982, por via de substituição de Jean Hamilius, que deixou o lugar vago em Estrasburgo para assumir funções ministeriais no Luxemburgo. A primeira candidatura direta de Goerens para o Parlamento Europeu foi em 1999. Mas nesse ano, após eleição, também ele, à imagem de Hamilius, é chamado a assumir o cargo de ministro da Defesa, do Ambiente, da Cooperação e Ação Humanitária. Regressa depois à política europeia em 2009, onde está desde então.
O Partido Democrático é o único grande partido nacional que não apresenta candidatos lusófonos ou lusodescententes nestas eleições.
Artigo: Susy Martins
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