Assédio moral. Comércio e educação são os setores com mais denúncias, diz associação
Radio Latina 2 min. 22.08.2022 Do nosso arquivo online
Mobbing asbl

Assédio moral. Comércio e educação são os setores com mais denúncias, diz associação

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Assédio moral. Comércio e educação são os setores com mais denúncias, diz associação

Foto: LW-Archiv
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Assédio moral. Comércio e educação são os setores com mais denúncias, diz associação

Em causa estão sobretudo situações de “gestão desorganizada”, em que o assédio é perpetrado pelas chefias.

Cerca de 400 pessoas contactaram a associação Mobbing desde o início do ano devido a situações de assédio moral no trabalho. Esses contactos levaram a associação a abrir 45 processos, sendo que a maior parte diz respeito aos setores do comércio e da educação, segundo revelou à Rádio Latina a diretora do organismo, Magdalena Mida. Os números estão dentro daquilo que se tem verificado nos anos anteriores.

De acordo com a responsável, a situação no setor do ensino é nova, verificando-se um aumento do número de casos neste ramo. Depois de comércio e ensino, surgem os setores da saúde, ação social e serviços.

A associação Mobbing constata que as pessoas estão mais atentas ao problema e tendem a entrar em contacto com a associação numa fase inicial do processo de assédio. Magdalena Mida relata que muitos dos casos que lhe têm chegado às mãos – embora corram o risco de degenerarem se nada for feito – estão ainda na chamada “fase de conflito”.

Para a diretora da Mobbing, esta tendência explica-se pela pandemia e a pela situação global. As pessoas estão mais sensíveis e atentas. No entender da responsável, isso é positivo porque “quanto mais cedo se agir, melhor”.

Já nos casos em que a situação de assédio moral é identificada, trata-se sobretudo de “gestão desorganizada”, em que o assédio é perpetrado pelas chefias.

Associação presta serviço de apoio e acompanhamento, também em português

A associação Mobbing presta um serviço de apoio às vítimas de assédio moral no país, através de aconselhamento e acompanhamento na resolução de conflitos. E Magdalena Mida destaca que a instituição “fala várias línguas”, incluindo o português, o que, em alguns casos, pode tornar o processo menos difícil.

Se se tratar de um caso de conflito, a primeira recomendação da associação é: comunicar. Isto é, abordar a situação diretamente com a pessoa em causa. Se isso não for suficiente, o passo seguinte é “passar por todas as vias internas possíveis”, recorrendo, se necessário à mediação. Em casos extremos, em que já foi feito de tudo, e se o trabalhador assim o desejar, a Mobbing pode enviar uma carta ao empregador, convidando-o a entrar em contacto com a associação para que, juntos, encontrem uma solução.

Mas os trabalhadores que optam por esta via não estão a salvo de eventuais represálias, e é aqui que uma lei clara sobre o assédio tem de entrar em ação.

Note-se que o Luxemburgo tenciona legislar sobre o assédio moral. O projeto de lei, que prevê multas para os patrões que não protegerem os empregados ou que não agirem em casos de denúncias de assédio, foi entregue no Parlamento em julho de 2021, após anos de debate sobre o assunto. Mas o país continua à espera.

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