Psicoterapia. Porque é que as consultas são tão caras no Luxemburgo?
Psicoterapia. Porque é que as consultas são tão caras no Luxemburgo?
O preço médio de uma consulta de psicoterapia, no Luxemburgo, varia entre 100 e 170 euros. Mas a recomendação da Fapsylux, a federação que representa os profissionais do setor, é de 175 euros por sessão.
O valor parece exorbitante, mas Catherine Richard, presidente da Fapsylux, explica que, após uma análise da situação no terreno, a federação concluiu que é esse o montante necessário para garantir que um psicoterapeuta com consultório próprio consiga ganhar um salário equivalente ao de um profissional empregado num hospital, por exemplo. A responsável acrescenta que um psicoterapeuta que trabalhe a tempo inteiro não consegue atender 40 pacientes por semana. A média ronda os 20.
A própria federação dos psicoterapeutas reconhece que as consultas são caras, o que leva muitos dos profissionais a praticar tarifas mais baixas, rondando por vezes os 100 euros. Um preço que continua a ser demasiado elevado para o paciente, mas demasiado baixo para o profissional.
Catherine Richard destaca o trabalho “indireto” de um psicoterapeuta, que vai desde o estudo dos casos para fazer o diagnóstico e decidir o tratamento à preparação das consultas, o que não lhe permite atender muitos pacientes por semana. A isso, vêm ainda juntar-se os custos elevados dos consultórios, da contabilidade, faturação e documentação.
A presidente da Fapsylux reconhece que uma grande fatia da população se vê forçada a abdicar da terapia devido aos custos. “Sabemos que os pacientes que nos procuram não são necessariamente pessoas que ganham o salário mínimo”, lamenta Catherine Richard, que considera a situação “dramática”.
O problema do custo das consultas de psicoterapia poderá ser resolvido com o anunciado reembolso pela Caixa Nacional de Saúde (CNS). Neste momento decorrem ainda as negociações, havendo vários pontos de discórdia. Catherine Richard espera, mesmo assim, que a convenção entre a Fapsylux e a CNS veja a luz do dia no próximo ano.
Diana Alves