“Muitas das lojas que fecham no Luxemburgo têm lucro”, diz sindicalista
“Muitas das lojas que fecham no Luxemburgo têm lucro”, diz sindicalista
Não é por falta de negócio que muitas lojas fecham as portas no Luxemburgo. Quem o diz é José Gonçalves, secretário-central do departamento de comércio do sindicato OGBL.
Ouvido pela Rádio Latina, dias depois de se saber que quatro lojas do grupo Esprit fecharam no Grão-Ducado, o sindicalista explicou que, muitas vezes, não se trata de falta de lucros, mas sim de problemas financeiros nos grupos internacionais a que as filiais luxemburguesas pertencem.
Note-se que, segundo o Virgule, as lojas luxemburguesas eram geridas pela subsidiária holandesa do grupo Esprit Europe, com sede na Alemanha. Empresa que, de acordo com a agência de notícias DPA, declarou insolvência no mês de maio.
Por cá, o fecho das quatro lojas da Esprit, noticiado inicialmente pela RTL, afeta cerca de duas dezenas de trabalhadores. Segundo José Gonçalves, aquilo que se sabe, para já, é que os funcionários foram dispensados de comparecer no local de trabalho, estando em ‘stand by’.
A OGBL já pediu uma reunião com a direção da empresa para discutir o futuro dos trabalhadores, mas aguarda ainda resposta.
Rendas "excessivas"
O grupo Esprit é o mais recente a anunciar o encerramento de lojas no Grão-Ducado. Mas muitas outras lojas têm vindo a desaparecer das zonas comerciais do país, nomeadamente do bairro da gare da cidade do Luxemburgo, onde ficava situada uma das lojas Esprit que fechou. Questionado sobre eventuais estatísticas sobre o comércio nesta parte da capital, José Gonçalves diz não ter dados, mas frisa que os factos falam por si: as lojas fecham e vão continuar fechadas porque não conseguem suportar as rendas excessivas.
Bairro da gare tem 580 espaços comerciais. 13% estão vazios
O bairro da gare da cidade do Luxemburgo tem, ao todo, 586 superfícies comerciais. No passado mês de maio, 13% estavam descocupadas, segundo dados divulgados na altura à Rádio Latina pela autarquia.
Questionada sobre o encerramento de lojas nos últimos tempos, a comuna adiantou apenas que a taxa de desocupação tem vindo a baixar desde 2022. Nesse ano, a taxa de espaços comerciais vazios rondava os 14,8%. No ano seguinte desceu para 13,5%, fixando-se em maio nos 13%. Segundo os dados avançados à Rádio Latina, em 2023 foram 24 os novos comércios a abrir as portas em espaços que estavam desocupados, ao passo que 22 superfícies acolheram novas lojas.
Artigo: Diana Alves | Foto: Shutterstock/Illustration