Há casos de raparigas forçadas a “testes de virgindade” no Luxemburgo
Radio Latina 12.05.2023 Do nosso arquivo online
Petição denuncia

Há casos de raparigas forçadas a “testes de virgindade” no Luxemburgo

Petição denuncia

Há casos de raparigas forçadas a “testes de virgindade” no Luxemburgo

Radio Latina 12.05.2023 Do nosso arquivo online
Petição denuncia

Há casos de raparigas forçadas a “testes de virgindade” no Luxemburgo

Uma nova petição pública, disponível no site petitions.lu, denuncia a existência de casos de raparigas obrigadas pelas famílias a fazerem “testes de virgindade”, uma prática que, segundo a autora da petição, deve ser proibida no país. Em causa, os certificados de virgindade emitidos por ginecologistas-obstetras.

A autora é Enji Ismaili Sandra Dessi que faz referência a casos de raparigas jovens, menores e maiores de idade, que pedem ajuda porque as famílias as obrigam a submeter-se a um teste de virgindade”. Algo que, segundo a peticionária, acontece “por diversas razões”. Segundo a petição, “algumas famílias querem uma prova anual da virgindade da filha e outras pedem-na porque a filha se apaixonou e tem namorado, mas o caso mais frequente prende-se com rumores sobre a filha”.

Uma “prática arcaica e discriminatória”

Em qualquer um dos casos, trata-se de “pôr em causa o comportamento das raparigas e não dos rapazes, o que sublinha o caráter discriminatório desta prática”, lamenta a autora da iniciativa.

De acordo com Sandra Dessi, muitas das raparigas não concordam com a realização do teste, mas são obrigadas pelas famílias a fazê-lo.


Dois casamentos de menores desde 2018. O que diz a lei
A Rádio Latina falou com a Administração Judiciária e com o Okaju para perceber como funciona a lei num país onde as uniões de menores de idade são, na verdade, proibidas.

O que a petição quer é que este tipo de prática seja proibido por lei no Luxemburgo, à semelhança do que já acontece em França e Inglaterra.

“Num país que defende a igualdade dos sexos […] e promove a saúde afetiva e sexual, é-nos incompreensível que não exista uma lei a proibir ginecologistas-obstetras de emitir certificados de virgindade”, vinca. Para a autora, a prática “é arcaica e discriminatória, já que tem como único alvo as raparigas e o controlo da sua atividade sexual”. Além disso, acrescenta que “é medicamente impossível dizer com certeza que uma jovem mulher é ou não virgem”.

A Rádio Latina já pediu mais informações sobre este assunto ao Ministério da Saúde. Aguardamos resposta.

Artigo: Diana Alves | Foto: Pixabay


Notícias relacionadas