Festival da Canção. Conan Osiris, da sex-shop a fazer músicas a ligar diretamente para o céu
Radio Latina 2 3 min. 19.02.2019 Do nosso arquivo online

Festival da Canção. Conan Osiris, da sex-shop a fazer músicas a ligar diretamente para o céu

Festival da Canção. Conan Osiris, da sex-shop a fazer músicas a ligar diretamente para o céu

Foto: RTP
Radio Latina 2 3 min. 19.02.2019 Do nosso arquivo online

Festival da Canção. Conan Osiris, da sex-shop a fazer músicas a ligar diretamente para o céu

Quem é Conan Osiris, o jovem português mais votado pelo público no apuramento para a Eurovisão em Israel? Cantou "Telemóveis", mas o seu repertório inclui "Adoro Bolos" ou "Celulitite", a par com as sonoridades pouco convencionais.

Horas após ter sido um dos apurados na primeira semifinal para representar Portugal no Festival da Canção 2019, em Israel, Conan Osiris mostrava-se "chocado" por ter sido o artista mais votado pelo público. 

Juntamente com Matay, os Calema e Ana Cláudia, foi selecionado para a fase final onde irá ser eleita a música e o artista que representará Portugal em Israel entre 14 de 18 de maio deste ano.                                                                      

Tudo é contraditoriamente diferente e "normal" em Conan Osiris, nome artístico de Tiago Miranda, de 30 anos. Começando pelo nome, "é baseado numa série de anime, o ‘Conan o Rapaz do Futuro’, do Miyazaki. E Osiris vem do deus egípcio… ", explicava o artista ao site Observador em fevereiro de 2018. 

No sábado passado, 16 de fevereiro cantou os "Telemóveis", na primeira semifinal portuguesa do Festival da Canção. Entrou em palco com um visual excêntrico, particularmente uma máscara de metal na face, acompanhado pelo bailarino João Reis Moreira, que sempre o acompanha nas atuações. 

Os vídeos 360 não têm suporte aqui. Ver o vídeo na aplicação Youtube.

A música de Conan não é de agora. Em 2014 lançou o seu primeiro álbum "Silk", "Música Normal", veio em 2016, e no final de 2017 chegou "Adoro Bolos". O público que foi conquistando aos poucos poderia designar-se alternativo, mas chegar ao Festival da Canção já o tornou mais mainstream. O vídeo do YouTube da canção "Telemóveis" já conta com mais de um milhão e meio de visualizações. 

Os vídeos 360 não têm suporte aqui. Ver o vídeo na aplicação Youtube.

Uma música sobre "partir telemóveis", "tentar ligar para o céu", sobre a vida que liga ou manda mensagens e um recetor que poderá não ter coragem para atender a chamada. Pouco sentido ou nenhum? Conan diz que a normalidade é intrínseca à sua música. 

Juntamente com as melodias, as letras são aleatórias, simples e mundanas, como as canções intituladas "Celulitite", "Borrego" ou "Adoro bolos".  "É feita a partir de coisas que me surgem numa altura específica, coisas que me nascem", explicava ao Observador. 

Criado pela mãe e pela avó em Lisboa e no Cacém desde pequeno mostrava-se muito eclético no que tocava a gostos musicais: Björk, Amália, kizomba ou até Leandro e Leonardo. Com a chegada da televisão por cabo e de canais como a MTV, apareceu também o gosto pelo hip-hop e R&B, de artistas como Missy Elliot, Lil’ Kim, Destiny’s Child, tal como contou ao Observador.

Começou então a misturar os hits da altura, primeiro em cassetes. Mais tarde vieram os CDs e o computador e os programas para mistura de músicas. A sua vasta biblioteca musical deu origem a hits instrumentais, ao início, e só mais tarde vieram as letras e a voz. As músicas de Conan carecem de rótulo. Ora mistura kizomba com ritmos orientais e étnicos, fado com canto cigano, e techno. Há quem encontre parecenças com António Variações, na música e no estilo, um tanto arrojado. 

 O seu percurso profissional é também ele diverso: tem um curso de design, já fez tradução, já trabalhou em mesas de voto, e atualmente trabalha numa sex shop em Lisboa. No dia 2 de março cantará novamente na final do Festival da Canção, onde se saberá quem representará o país na competição europeia, em Telavive, Israel. 

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