Eurovisão. As bandeiras palestinianas fazem a tempestade em noite holandesa
Radio Latina 1 4 min. 19.05.2019 Do nosso arquivo online

Eurovisão. As bandeiras palestinianas fazem a tempestade em noite holandesa

Eurovisão. As bandeiras palestinianas fazem a tempestade em noite holandesa

Foto: AFP
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Eurovisão. As bandeiras palestinianas fazem a tempestade em noite holandesa

A final da 64.ª edição do Festival Eurovisão da Canção decorreu este sábado à noite em Telavive e foi transmitida em direto em todo o mundo. Ganhou o holandês Duncan Laurence e a palestina fez tremer a sala nas mãos de Madonna e dos islandeses

A Holanda venceu no sábado, pela quinta vez, o Festival Eurovisão da Canção, com o tema “Arcade”, interpretado por Duncan Laurence, que era o favorito à vitória de acordo com a média de várias casas de apostas.

A Holanda, que venceu pela última vez há 44 anos, foi o país que obteve maior pontuação (492 pontos), atribuída pelos espectadores de cada país e pelos júris nacionais dos 41 países que participaram na edição deste ano, embora apenas 26 canções tenham competido na final.

A final da 64.ª edição do Festival Eurovisão da Canção decorreu este sábado à noite em Telavive e foi transmitida em direto em todo o mundo.

A Holanda ocupava, desde 7 de março, o primeiro lugar de um ranking dos 41 países concorrentes, cuja classificação é definida pela média de várias casas de apostas, calculada pelo ‘site’ eurovisionworld.com, especializado no concurso.

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Os casos políticos

A bandeira da palestina tornou-se o assunto da noite parecendo ofuscar a vitória do holandês. Apareceu timidamente duas vezes durante a final da Eurovisão, causando os protestos do público israelita, a fúria dos políticos locais e as ameaças da organização do certame, que promete castigar a Islândia, por os seus concorrentes terem tomado uma posição política. 

Mas vamos por partes, a primeira aparição da Palestina foi pela mão de Madonna, ou melhor dizendo: durante a coreografia dos bailarinos numa das canções que interpretou. A segunda, foi quando os concorrentes islandeses empunharam bandeirolas improvisadas palestinianas durante a votação, que foram prontamente apreendidas pelos seguranças no recinto, enquanto o realizador tirava do ar os planos do grupo islandês. 

Durante a atuação de Madonna, a cantora quis fazer um pequeno gesto pela paz sem colocar em causa o 1,1 milhões de euros que cobrou para atuar na Eurovisão. Numa das músicas subiram ao palco dois bailarinos abraçados que tinham nas costas as bandeiras de Israel e da Palestina, respetivamente. 

A cantora norte-americana Madonna levou o conflito israelo-palestiniano para o palco da final do 64.º Festival Eurovisão da Canção, terminando a atuação com a expressão “Wake Up” (Acordem, em português) projetada em ecrãs.

Madonna subiu ao palco da final do concurso depois da atuação dos 26 concorrentes.

A cantora tinha recebido vários apelos para boicotar o concurso, mas acabou por aproveitar a atuação para tomar uma posição, terminando-a com dois bailarinos que usavam bandeiras de Israel e da Palestina nas costas a caminharem abraçados.

A ‘rainha da pop’ pediu a todos os que a ouviam que “nunca subestimem o poder da música para juntar as pessoas”, e citou “uma grande canção”, da sua autoria, “Music”, na qual canta “music makes the people come together” [a música faz as pessoas unirem-se, em português].

Recorde-se que antes de aterrar em Israel, Madonna justificou-se, em relação a aqueles como Roger Waters a criticavam por aceitar cantar num país que a população palestiniana vive em apartheid e é reprimida e assassinada: "Nunca deixarei de tocar música para ajustar-me à agenda política de alguns. mas também não vou calar-me e deixar de falar contra as violações dos direitos humanos", afirmou.

A banda islandesa Hatari, que se define como sadomasoquistas anti-capitalista, também não seguiu os apelos dos músicos que pediam para não atuar em Israel, mas aproveitou as votações, quando já não podiam ser desqualificados, para exibir bandeiras da Palestina no momento em que anunciavam a sua votação total, e em que estava no ar para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. 


O gesto deixou gelada a apresentadora, a modelo Bar Rafaeli, mas foi muito saudado nas redes sociais, em que muitos utilizadores elogiaram a coragem dos islandeses e chamaram-nos "os verdadeiros vencedores da noite".

Uma coragem que não deixou indiferente a organização, momentos depois do sucedido, foram retirar à força as bandeirolas, apesar dos protestos dos grupo islandês. "Dá-me a bandeira", diziam um homem da organização. "Há outra. Dá-nos por favor", acrescentava uma mulher da organização. Enquanto a final continuava, tentado a organização fingir que nada tinha acontecido. . 

Governo de Israel critica bandeiras palestinianas

Por sua vez, a ministra da Cultura israelita, Miri Regev, classificou hoje como "um erro" a presença da bandeira palestiniana nas costas de bailarinos durante a atuação de Madonna na final do Festival Eurovisão da Canção.

"Foi um erro, não podemos misturar a política com um evento cultural, com todo o respeito que devo a Madonna", disse Regev antes do conselho de ministros semanal.

Questionada pelos jornalistas, a ministra, que não assistiu à final do festival no sábado à noite, em Telavive, criticou o organismo de difusão israelita Kan por ter falhado a missão de impedir as bandeiras de aparecerem no ecrã. 

Com Lusa

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