Estudo sobre redução do tempo de trabalho requer (afinal) mais estudos
Radio Latina 2 min. 26.04.2023 Do nosso arquivo online
E esta, hein!?

Estudo sobre redução do tempo de trabalho requer (afinal) mais estudos

E esta, hein!?

Estudo sobre redução do tempo de trabalho requer (afinal) mais estudos

Radio Latina 2 min. 26.04.2023 Do nosso arquivo online
E esta, hein!?

Estudo sobre redução do tempo de trabalho requer (afinal) mais estudos

Reduzir, ou não, o tempo de trabalho semanal no Luxemburgo? Eis a questão que motivou um estudo que recomenda a realização de mais estudos sobre a matéria.

À partida até se pode questionar porque razão o Ministério do Trabalho encomendou este estudo ao Instituto Luxemburguês de Investigação Socioeconómico (LISER), já que a redução do tempo de trabalho é há muito uma realidade noutros países. 

Em Portugal, por exemplo, o horário laboral dos funcionários públicos foi reduzido para 35 horas em julho de 2016. Na vizinha França trabalha-se 35 horas por semana. Uma redução efetiva desde o ano 2000. Não poderia o Governo analisar a aplicação da medida em França ou em Portugal para tomar uma decisão?

O ministro do Trabalho, Georges Engel (LASP), - que defende que se deve “trabalhar para viver e não viver para trabalhar”- considerou que apesar de outros países terem reduzido o tempo de trabalho, o Luxemburgo precisava de saber quais os riscos associados à medida tanto para os trabalhadores como para as empresas.

O LISER conclui, então, que a resposta a esta pergunta é “complexa” e que, como tal, necessitaria de outros estudos mais detalhados.

Mais criação de emprego?

Mas apesar disso revela uma reflexão básica: a redução do tempo de trabalho poderá não ser benéfica para todos. Mais concretamente, considera que facilitaria a conciliação entre vida profissional e vida privada, havendo o risco de as empresas recorrerem a mais a horas suplementares.


Equilíbrio entre vida profissional e familiar. Luxemburgo cumpre (quase) todas as regras
Falta aprovar dois projetos de lei para que o Luxemburgo esteja a cumprir, na íntegra, a lista de novas regras europeias sobre o equilíbrio entre a vida profissional e familiar.

Há porém aspetos positivos realçados no estudo. A redução do tempo de trabalho poderá levar à criação de emprego e consequentemente à diminuição do desemprego. Mas há outro “mas”. O LISER alerta para a possibilidade de isso não acontecer na realidade. E justifica: a redução do tempo de trabalho implica um aumento do salário - já que a ideia é trabalhar menos mas manter o mesmo ordenado - o que poderá desmotivar as empresas a recrutar. Nesse caso, as empresas poderão estar mais interessadas a recorrer a horas suplementares, o que seria contraprodutivo. Também aqui o estudo não tem em conta estudos internacionais que concluem que o facto de se trabalhar menos leva a mais produtividade.

Tema de campanha eleitoral

O ministro do Trabalho considera que este estudo do LISER deve servir de base para discussões futuras, sublinhando a importância do diálogo social. A cinco meses das eleições legislativas não há dúvidas de que este assunto vai fazer parte da campanha eleitoral.


“Fizemos as contas”. Câmara do Comércio contra a redução do tempo de trabalho
A Câmara do Comércio fez as contas e declara-se contra a redução do tempo de trabalho.

Ainda segundo o ministro é preciso encontrar alternativas afim de manter a atratividade do Luxemburgo, até porque os salários nacionais atraem cada vez menos mão de obra para o país porque os ordenados dos países vizinhos aproximam-se cada vez mais dos rendimentos luxemburgueses. A redução do tempo de trabalho poderia ser uma dessas alternativas.

O primeiro-ministro, Xavier Bettel, já se declarou contra a ideia. A União das Empresas Luxemburguesas (UEL) também se mostra reticente. 

Artigo: Susy Martins | Foto: dpa


Notícias relacionadas

Le Luxembourg n'a acquis sa souveraineté qu'en 1839, en vertu du traité de Londres avec la Belgique.