Dirigente da associação luxemburguesa de pilotos também já adormeceu num voo
Dirigente da associação luxemburguesa de pilotos também já adormeceu num voo
O secretário-executivo da Associação Luxemburguesa de Pilotos de Linha (ALPL) também já adormeceu num voo devido ao cansaço, enquanto comandava o avião.
Em entrevista à Rádio Latina, Dirk Becker, piloto há 27 anos, 19 dos quais no Luxemburgo, disse que a fadiga dos pilotos é um problema a nível europeu, embora, por cá, a situação não seja tão preocupante como noutros países, sobretudo aqueles que servem de sede a companhias de baixo custo.
Um dos aspetos que explica isso é o facto de o número de pilotos freelancers nas companhias aéreas luxemburguesas ser “muito limitado”, ao contrário do que acontece nas transportadoras low-cost, explica. “Muitos destes pilotos independentes receiam reportar episódios de cansaço por temerem ficar sem trabalho”, frisa. Outro elemento a favor do Grão-Ducado é a existência de contratos coletivos de trabalho e de uma lei do trabalho que protege os trabalhadores, acrescenta.
Mas, mesmo assim, também ele já passou por isso. O episódio não é recente e, na altura, foi reportado pelo piloto.
Dirk Becker alerta por isso para a necessidade e importância de os pilotos notificarem as companhias aéreas de eventuais episódios de cansaço, apelando aos operadores para que levem assunto a sério e de não ignorarem os relatórios sobre a matéria.
Segundo o relatório da associação europeia de pilotos (European Cockpit Association (ECA), em inglês), que em julho passado sondou mais de 6.800 pilotos europeus, 213 dos quais do Luxemburgo, a esmagadora maioria disse ter adormecido por alguns segundos pelo menos uma vez ao comando de uma aeronave nas quatro semanas anteriores ao inquérito. Em números absolutos são mais de 5.000 pilotos, sendo que 8,8% deles admitem ter fechado os olhos mais do que dez vezes.
Artigo: Diana Alves | Foto: DPA
