Ciclistas juntam-se na capital para pedir infraestruturas mais seguras
Ciclistas juntam-se na capital para pedir infraestruturas mais seguras
Vários ciclistas vão juntar-se esta quinta-feira na Praça da Constituição (Gëlle Fra), na capital, para pedir às autoridades infraestruturas mais seguras. A iniciativa acontece depois do grave acidente do passado dia 17 de julho, em que um jovem ciclista foi atropelado por um camião, na avenida Marie Thérèse, no centro da cidade, ficando gravemente ferido, como referiu à Rádio Latina Matthieu Hansen, organizador da iniciativa.
Não há semana que passe sem que Matthieu Hansen viva uma situação de perigo na estrada. Todos os dias usa a bicicleta como meio de transporte na cidade do Luxemburgo e todas as semanas se vê confrontado com situações de risco, que, como diz, são prova de que as infraestruturas para ciclistas têm de melhorar.
O ciclista destaca vários pontos que considera serem perigosos para os ciclistas. É o caso da avenida Marie Thérèse, da Place de l’Etoile da zonas em frente ao campus de justiça e das artérias em frente ao fórum Geesseknäppchen, frequentadas por muitos jovens ciclistas. Aquilo que Matthieu Hansen reivindica são ciclovias bem delimitadas e separadas da estrada, para garantir a segurança de quem anda de bicicleta e evitar acidentes.
ProVelo preocupada com segurança dos ciclistas
O acidente que, há duas semanas, deixou um ciclista gravemente ferido, ocorreu na avenida Marie-Thérèse,6 um ponto que, segundo a associação de ciclistas ProVelo, é perigoso e, só desde março, foi palco de dois acidentes graves. Através de um comunicado divulgado na semana passada, a associação veio a público reivindicar uma reorganização do trânsito naquela zona de forma a proteger os ciclistas.
O organismo reclama uma melhoria das infraestruturas para evitar ainda mais vítimas neste ponto crucial, lamentando que a planificação da cidade force os ciclistas a entrar na avenida Marie-Thérèse para poderem aceder ao centro da capital, em vez de poderem passar diretamente pela avenida Monterrey. Pede, por isso, uma reorganização do transido no local. Uma alteração que, segundo diz, tem sido prometida pela autarquia desde 2018.
A situação levou entretanto o Déi Gréng a dirigir uma questão urgente à burgomestre da capital sobre a segurança dos ciclistas. A questão é do conselheiro comunal Nicolas Back. Na questão endereçada a Lydie Polver, o conselheiro faz referência ao atropelamento de um ciclista por um camião, no local, a 17 de julho, frisando que “a bicicleta ficou completamente esmagada e o ciclista gravemente ferido”.
Nicolas Back pede à burgomestre mais informações sobre o acidente, querendo também saber se a autarca não considera urgente modificar o cruzamento para garantir a segurança dos ciclistas. O conselheiro comunal pede também à burgomestre que indique que outros pontos da capital são conhecidos ou foram sinalizados por serem particularmente perigosos para os ciclistas.
Dois ciclistas mortos em acidentes de viação em 2023
Em 2023, dois ciclistas morreram no país, na sequência de acidentes de viação, de acordo com o relatório anual sobre a sinistralidade rodoviária.
O balanço, divulgado em julho pela polícia e pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Statec), revela também que cerca de 40 ciclistas ficaram gravemente feridos em acidentes. Trata-se do número mais elevado desde pelo menos 2015 e um aumento face aos 28 feridos graves registados em 2022. Quanto aos peões, quatro perderam a vida no ano passado e cerca de 50 sofreram ferimentos graves no ano passado, registando-se um aumento face a 2022, ano em que três peões morreram e 33 sofreram ferimentos severos.
Matthieu Hansen pede por isso, e também, uma infraestrutura mais segura para peões, sublinhando que uma verdadeira aposta na mobilidade suave é indispensável para que o país atinja os seus objetivos em termos de redução das emissões de dióxido de carbono. O ciclista vinca igualmente que essa aposta permitirá poupar em cuidados de saúde, ao reduzir o número de acidentes que provocam feridos graves que vão parar aos cuidados intensivos. Além disso, diz, andar a pé ou de bicicleta faz bem à saúde.
Artigo: Diana Alves