As novidades do Festival das Migrações

As novidades do Festival das Migrações

As novidades do Festival das Migrações
40ª edição na LuxExpo

As novidades do Festival das Migrações


por Henrique DE BURGO/ 17.02.2023

Foto-montagem: Rúben Gomes

A abertura oficial, na presença das autoridades luxemburguesas, está marcada para as 15h, mas as portas abrem ao público às 12h de sábado.

O 40° Festival das Migrações, das Culturas e da Cidadania está de volta à LuxExpo The Box, em Kirchberg, nos dias 25 e 26 de fevereiro, depois das restrições ligadas à pandemia. O Comité de Ligação das Associações de Estrangeiros (CLAE), organizador do evento, abandona as  habituais conferências marcadas para sexta-feira à noite e restringe o festival a dois dias. 

O festival vai acontecer apenas no sábado e domingo, com horário de abertura às 12h. No sábado encerra à meia-noite e no domingo às 20h.

Outra novidade é a criação do novo espaço "Village du Festival", que visa reforçar a participação cidadã.

Na gastronomia vai haver também mudanças: em vez dos grandes stands de cozinhas portuguesa, italiana e cabo-verdiana, a comida vai ser vendida apenas nos stands das associações.

Foto: Chris Karaba

Em 400 stands há 19 lusófonos

Ao todo haverá cerca de 400 stands, incluindo o da Rádio Latina e mais 18 stands lusófonos. Por países, Angola terá Association Angola-Events e Organização das mulheres solidárias com Angola.

Brasil vai contar com '100% Brasil de Coração', Capoeira Team Luxembourg e Tom de Percussão Luxemburgo.

Cabo Verde será representado por Ami ku Nhos, MeMaia, Cap Vert Espoir et Développement, EducAction Cap-Vert, Federação das Associações Cabo-verdianas do Luxemburgo e Grupo Amizade das Mulheres Cabo-verdianas no Luxemburgo.

Da Guiné-Bissau participam o programa guineense da Rádio Latina, 'Guinendadi', o Reagrupamento das Associações luso-guineenses de Luxemburgo e a Associação Filhos de Descendentes e Amigos de Canhobe -Luxembourg.

Moçambique volta a contar com a Maison du Mozambique e Portugal será representado pelo Grupo Etnográfico do Alto Minho, Radio Latina, jornal Contacto e Notícias do Luxemburgo.

Foto: HB

Salão ArtsManif com 13 artistas plásticos e fotógrafos lusófonos 

O salão ArtsManif, que acompanha o festival há vários anos, tem este ano uma novidade. Vai organizar um "residência POP UP" para as artes plásticas, fotografia e cinema. 

O objetivo, segundo o CLAE, visa "encorajar o diálogo entre o envolvimento cívico e a criação artística". 

Na residência fotográfica, vão participar Paulo Lobo (sábado, 14h30 sala rés do chão), Marlee Dos Reis e Magalie Dos Santos Gonçalves. Na residência de artes plásticas participam Fátima de Moura e Manuel Dias. 

Quanto a exposições, o salão ArtsManif vai acolher obras de Fernando Resende, Nuno Joaquim Cardoso Quintino, Bia Morais, Sérgio António da Costa Pereira, Marco Perna e Tinna Silva. 

Foto: HB

Pedro Chagas Freitas e João Tordo no Salão do Livro 

Como tem sido habitual, o Salão do Livro volta a acolher vários escritores portugueses, mas também dois autores guineenses. 

Os destaques serão os encontros com Pedro Chagas Freitas, autor de vários best sellers (às 13h de domingo), e João Tordo, Prémio José Saramago 2009 (às 14h30 de domingo), sob proposta da livraria Pessoa (ver detalhes da programação mais abaixo). 

Na lista dos escritores de língua portuguesa estão ainda José Luís Correia (antigo chefe de redação do jornal Contacto), Maria Inês Almeida, Vasco Espírito Santo, Artur Furtado e os guineenses Manuel da Costa e Cristiana Catchia. 

O Salão do Livro vai contar também com stands da Coordenação de Ensino de Português - Embaixada de Portugal, do escritor Antero Monteiro, da escritora Melissa Borges (autora do conto Viagem da Tartaruga Cesaltina a Cabo Verde) e da livraria Pessoa. 

Lusófonos na programação de sábado

12h - Dança e música no palco principal com o Rancho Folclórico Alegria do Minho, Grupo Amizade das Mulheres Cabo-verdianas no Luxemburgo e Capoeira Team

13h - Sala 2A - Encontro com a escritora Cristiana Catchia (Guiné-Bissau - Portugal). Proposta pela Associação dos Filhos dos Descendentes e Amigos de Canhobe. 

Cristiana Catchia
Cristiana Catchia
Foto: C.C.

Cristiana Catchia tem 23 anos e nasceu em Cacheu, Guiné-Bissau. Em 2011, emigrou para Portugal, onde está atualmente a estudar Enfermagem. Sempre teve uma paixão pela escrita. Numa tentativa de dominar a língua portuguesa, uma das estratégias adotadas foi a de fazer cópias de pequenos textos existentes nos livros escolares e mais tarde começou a inventar os seus próprios contos. O seu livro autobiográfico "As Crónicas de um mundo a preto e branco", baseado em factos reais e não reais, tenta trazer à tona os costumes e a cultura da Guiné-Bissau, tão rica e desconhecida, e o impacto de deixar esta realidade em Portugal. 

13h - Sala 2B - Conferência-debate: "Comunidades, migrações e lusofonias: antigos debates, novas realidades". Proposta pelo Centro de Documentação sobre Migração Humana. 

Maria-Beatriz Rocha Trindade e Daniel Bastos
Maria-Beatriz Rocha Trindade e Daniel Bastos
Foto: CLAE

Oradores: Daniel Bastos, historiador e escritor que apresentará o seu livro "Comunidades, Emigração e Lusofonia" e Maria-Beatriz Rocha Trindade, socióloga e professora titular na Universidade Aberta, onde fundou o Centro de Estudos de Migração e Relações Interculturais (CEMRI) em 1994. Moderadora: Heidi Martins, socióloga do Centro de Documentação sobre Migração Humana (CDMH).

14h30 - Sala 2A - Conferência: "Transferências culturais no Luxemburgo graças a escritores que não falam alemão, luxemburguês, francês e inglês", com a participação do escritor e jornalista José Luís Correia. 

José Luís Correia
José Luís Correia
Foto: JLC Foto: Facebook José Luís Correia

José Luís Correia nasceu no Luxemburgo em 1973. Viveu em Portugal de 1984 a 1992. Estudou História na Universidade do Luxemburgo e depois na Universidade de Estrasburgo (França). Foi jornalista e chefe de redação do jornal Contacto entre 1996 e 2017. Escreve prosa, poesia e artigos de opinião no blogue "Os Cadernos do Gaspar" e no portal Internet Bomdia.eu. Em 2020, integrou a obra "Poetas Lusófonos na Diáspora - Antologia III Volume", da Oxalá Editora, e publicou um primeiro romance, Os Cadernos do Gaspar. 

17h - Village du festival - Leitura do livro "Casa da Árvore F.C." pelo jovem autor Vasco Espírito Santo. Proposta pela livraria Pessoa. 

17h - Início do grande concerto "African Vibes", com participação de Iragrett Tavares e Tino OG x Akapta G (17h-17h50) e do cabo-verdiano Flegon Oliveira (20h30-22h). 

Os vídeos 360 não têm suporte aqui. Ver o vídeo na aplicação Youtube.


Os vídeos 360 não têm suporte aqui. Ver o vídeo na aplicação Youtube.

17h30 - Village du festival - Conto Kamishibai (arte japonesa de contar histórias). Proposto pela Embaixada de Portugal - Coordenação da Educação Portuguesa. 

Lusófonos na programação de domingo 

12h - Danças e músicas com participação dos grupos 100% Brasil de Coração e Grupo Folclórico Luso-luxemburguês

13h - Tom de Percussão Luxemburgo e músico guineense Nasyen Simão Gomes

13h - Sala 1 - Encontro com escritores portugueses Maria Inês Almeida e Pedro Chagas Freitas. Proposta pela Embaixada de Portugal, Coordenação de ensino de português. 

Pedro Chagas Freitas e Maria Inês Almeida.
Pedro Chagas Freitas e Maria Inês Almeida.
Foto: Facebook dos autores

Nascida em Lisboa e formada como jornalista, Maria Inês Almeida trabalhou como jornalista há vários anos, tendo recebido o prémio Revelação do Clube de Jornalistas. Decidiu entrar no mundo dos livros infantis em 2009 e já publicou mais de 65 deles. 

Pedro Chagas Freitas nasceu em Guimarães em 1979. É escritor, jornalista, formador de escrita criativa e conferencista. Com quase 40 livros publicados, é um dos autores mais lidos em Portugal e em países como a Itália, Brasil e México, com vendas de mais de um milhão de exemplares em todo o mundo. As suas publicações incluem Prometo Falhar, O Amor não Cresce nas Árvores, M#rda! Amo-te, É Urgente Amar e Foste a Maneira Mais Bonita de Errar. 

14h30 - Sala 2A - Encontro com os escritores João Tordo (Portugal) e Carla Pais (França). Organizado pela livraria Pessoa. 

João Tordo e Carla Pais.
João Tordo e Carla Pais.
Foto: Facebook dos autores

João Tordo nasceu em Lisboa em 1975. Os seus romances incluem "As três vidas", em 2008, pelo qual recebeu o Prémio Saramago, "O bom inverno" em 2010, "O Ano Sabático" em 2013, todos os três traduzidos para francês. Como argumentista, participou em várias séries televisivas, incluindo The Secret of Miguel Zuzarte, Sons of Rock and Country Brother (RTP). 

Carla Pais nasceu em Leiria, em 1979. Deixou a escola aos 17 anos para se tornar mãe, e terminou o seu último ano no regime noturno. Em 2012 mudou-se para França, onde limpou, embalou salmão e cuidou de crianças. Trabalha atualmente num centro de ensino à distância. Em 2015, ganhou o Prémio Literário Horácio Bento Gouveia com o conto "A Alma do Diabo". Em 2017, ganhou o prémio de poesia de Francisco Rodrigues Lobo, pela obra "A Instrumentação do Fogo". O seu primeiro romance, "Mea culpa", foi nomeado para o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís e "Um cão deitado à fossa" ganhou o Prémio da Cidade de Almada de 2018. 

15h - Música com o artista guineense Tino OG, no palco principal. 

15h - Village du festival - Leitura do livro "As aventuras do Sr. Gato" de Artur Furtado. Proposta pela Livraria Pessoa. 

16h - Sala 2B - Encontro literário com o escritor Manuel da Costa. Proposto pela Associação Luso-Guineense no Luxemburgo. 

17h - Atuação do grupo musical Bayette (Moçambique – Goa).

Os vídeos 360 não têm suporte aqui. Ver o vídeo na aplicação Youtube.

Artigo: Henrique de Burgo | Foto montagem: Rúben Gomes